Vaga-lumes

O sereno

Sobre meu olhar.

A neblina feito véu

Sobre as lâmpadas

Que iluminam as ruas.

O vento anuncia

A chegada da chuva

Os vaga-lumes brilham

Por entre as arvores do pomar.

Miro o céu

As nuvens

Prometem despencar do céu.

Há muita paz

Dentro de minha alma

Há paz em meu pensar.

Ouço vozes vindas das casas.

Ouço uma melodia

Vindo de longe

Nas ondas do vento.

Os vaga-lumes cruzam no pomar.

Da porta da cozinha

Sentada observando o nada.

Veio-me a lembrança de minha infância

Quando gritava:

“vaga lumes tem-tem,

Tua mãe ta aqui

E teu pai também

Comendo mingau

Na colher de pau".

E saiamos correndo

Com nossas garrafas

E com um pano na mão

Para arremessá-los ao chão.

E aprisioná-los.

Depois os contava.

Naquela época não tinha energia

A luz era lamparina.

Soltávamos todos dentro de casa.

E enfeitiçados por suas luzes adormecíamos

Havia tanta vida naquela infância.

Tantos hoje perfeitos e despreocupados.

Não tínhamos amanhas

Nossos pais os tinham guardados

Em suas mangas mágicas.

Agora essa brisa suave tocando meu rosto

Parece beijo de mãe, carinho que não se desfaz.

A jaqueira perfeita, a tempestade quebrou,

Sobraram poucos galhos, e o tronco imperador.

A vida é perfeita como a manga que despencou

Com o carinho do vento, se desfazendo no próprio tempo,

Tempo de nascer, crescer e amadurecer.

Quanta paz há nessa noite

Quanta paz em minha alma.

Alma desprendida, pronta para alçar vôos,

Vôos em direções incertas.

Minha alma calma

Minha paz quieta.

Preparada par o futuro incerto.

MARGARYDA BRITO
Enviado por MARGARYDA BRITO em 30/10/2011
Código do texto: T3307577
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