Inutilidades práticas

A vontade dolorosa de escrever algo que preste

E a real presença da falta de inspiração,

Entre elas o senso do ridículo,

A sensação de que tudo é besteira.

Sentir as frases se formando lindamente

E acreditar que está nascendo

Uma maravilhosa promessa,

Depois deitar os olhos na coisa

E ver uma imbecilidade tão inútil.

No outro dia ir para o trabalho de novo,

Derrubar, bruscamente,

Qualquer ilusão de beleza,

Cumprir, pateta, a rotina malevolente.

E engolir, com fastio,

O pão nosso de cada dia.

EDUARDO NEGS CASTRO
Enviado por EDUARDO NEGS CASTRO em 20/10/2011
Código do texto: T3287296