H O J E "I"

Melhor é morar só num canto

de telhado do que com a mulher

briguenta numa casa ampla.

Provérbios 25:24

Em um quarto bem modesto,

Que aluguei na periferia,

Vivo hoje no exílio,

Porém, com paz e alegria.

Exílio que me foi imposto,

Pela maldade humana,

De “alguém” que me iludiu,

Com palavras de engano.

Eu tenho um copo e um garfo,

Uma faca pra cortar...

Eu tenho até uma colher,

Para minha sopa eu tomar.

Eu tenho uma cama simples,

Com um colchão de espuma,

Para eu poder repousar.

E apenas um lençol de chita

[Para no inverno me esquentar.

Tenho uma cadeira de plástico,

Para eu poder descansar...

Tenho um prato bem modesto

Para eu me alimentar.

Eu tenho um lápis preto,

E um papel de padaria,

Onde escrevo os meus versos

Dia e noite, noite e dia.

Eu trousse uma linda orquídea,

Que me sobrou de herança.

Porém ela se abateu,

E até me pediu vingança.

Então eu a aconselhei,

A encarar a realidade,

E para ela afirmei,

Para não guardar maldades.

Minha orquídea se aquietou,

E novamente sorriu,

Agora já está brotando

E até uma flor já surgiu.

E aí meu coração,

Com ela também se alegrou.

Vivemos hoje felizes,

Na doce paz do Senhor!

Inspirado nas muitas bênçãos,

Que eu recebo de Cristo.

Dou glória a Deus por vitórias,

E agradeço por isso.

Eu tenho uma garrafa térmica.

Comprei na feira lá da esquina,

Para colocar meu café,

Que faço todas as manhãs,

[Que hoje é minha rotina.

Ao meio dia peço o almoço,

De um restaurante barato,

Divido minha marmita,

Metade coloco em meu prato.

A outra parte eu guardo,

Para o próximo almoço,

Pois tenho que dividir,

Para não pesar em meu bolso.

Eu tenho um chapéu de palha,

Para o sol não me escaldar.

E um simples moletom,

Para no inverno eu usar.

E assim eu vou vivendo,

Com meu coração radiante.

Sei que Deus tudo está vendo,

A minha fé é constante.

Enfim, hoje eu sou mais feliz,

Por ter sido libertado,

Do deserto onde eu vivia,

Parecendo um derrotado.

Sei bem que nada acontece,

Sem permissão do meu Deus.

A prova que estou passando,

Um dia irei contar

Para que sirva de lição,

[Para todos os ateus.

Usarei como testemunho,

De minha libertação

E como consegui vitória.

No poder da oração!

Neste dia glorificarei,

Ao Deus único, Rei do amor.

E só a Ele entoarei,

Os meus cânticos de louvor.

Vou viver eternamente,

Aos pés do amado Jesus.

Ele é Pai onipotente,

Mostrou-me a eterna luz.

A paciência do crente,

A obediência e mansidão.

São características maiores,

Para nossa redenção!

Jamais revideis os maus,

Que vem sempre te afrontar.

Pois só a Cristo pertence,

O direito de vingar.

Na prova que estou passando,

Apenas peço em oração,

Que o meu Pai de justiça,

A todos que me fazem mal

Com seu amor infinito

[Venha a todos perdoando.

Quero ter o coração puro,

Sem mácula de ódio ou rancor.

Para eu poder merecer,

Minha salvação no Senhor!

Dos maus apenas tenho pena,

Para mim são uns coitados.

Quero ter minha alma serena.

Meus pecados perdoados...

No meu exílio forçado,

Canto e oro ao Senhor,

Pois me sinto abençoado.

No meu coração tem amor.

Apenas quero deixar,

[Um conselho a todo irmão,

Jamais sejas injusto,

Com quem cruzar seu caminho,

Pois nosso Deus é amor,

[Porém, justiça também,

Tudo ele vê e observa,

E julga com retidão, concedendo a vitória,

A quem culpa não tem!

22/11/2010

O autor é membro Efetivo da Academia Cachoeirense de Letras, fundador e o primeiro Presidente eleito da Casa da Cultura de

Cachoeiro de Itapemirim.