Muito depois do juízo final
Voltei à terra pra vericar
Nem um ser vivo existia
Apenas prédios enfileirados
Com indícios dos humanos
Como quem passa tudo
Apressados
Vi nas fachadas impressas
A ganância para vender
Pelas calçadas os lixos
Ruas desérticas a dizer
Humanos viveram aqui
A origem do seu existir
Ninguém soube ao certo dizer
Teria sido do big-bam? Ou do barro,
Pela religião? E o macaco até
Virou gente, na teoria da evolução
Sei que foi um Deus nos acuda
Violência, injustiça e muita confusão
Tinha a má distribuição de renda
Falcatruas, fraudes e descasos
Das crianças roubavam merendas
Para os mendigos não davam espaços
E silenciou-se aquela gente
Com todo o seu imenso querer
Ricos pobres e mendigos
Forças armadas e o seu poder
Em silêncio olhei a rua,
Cães e gatos a trafegar
Olhando tudo ao meu redor
Até o meu observar
Analisando a cidade física,
Enquanto os humanos
Estavam a repousar
Kainha Brito