Da alma
Meus sonhos flutuam, debatem-se, caem,
Cortinas escuras atravessam a direção dos meus sonhos,
O que era divino, transforma-se em deboche,
Disfarce, uniforme, coração com faca.
Existem mãos e braços nas proximidades,
Existem restos e pedaços ainda inteiros aqui,
Solidão entre povos, solidão solitária,
O eterno adeus ao que permanece.
O último gesto nas mãos do afogado,
O primeiro silêncio após o desastre,
A sombra crescendo, antes do tombo da árvore,
A inércia do corpo na velocidade da alma.
E o vento, que poderia varrer a areia,
Quer estacionar e deixar o vôo parado no ar.