" BRASEIRO MORNO "
Entre as árvores do pomar
encontrei sabores,
ninhos, passarinhos,
verões,
aromas.
Evitei o tédio, as agonias
e um coração descompassado.
Aqueci-me num braseiro morno,
refresquei-me num rio quase parado,
nas disputas evitei um olho roxo,
por precaução virei numa estrada torta
para viver uma história morta
sem vertigem
e comoção.
Agora estou
além de quaisquer temores.
por fazer-me trapezista,
equilibrista,
narcisista,
apesar do calafrio
de viver em solidão.