Funeral do astro rei

O Sol vai morrer,

A neutralidade vai assumir o comando,

Balançando sem forma no vazio do não momento,

Enquanto alguns bebuns recordarão algum dia sem importância

Naquilo que era conhecido como existência.

O Sol vai morrer,

Vai apagar seu imenso clarão

E deixar um rastro de esquecimento,

Enquanto crianças continuam brincando de esconder com o tempo,

Até que ele as encontre e as castigue com o envelhecimento.

O Sol vai morrer,

Vai deitar e dormir sem nenhuma culpa ou objetivo,

Vai cumprir sua parte no acordo anterior ao mundo,

Vai fechar os seus olhos e ter o sono dos justos.

O Sol vai morrer,

Vai deixar os soldados morrendo

Sem saber por qual luta,

Enquanto suas mulheres encontram o orgasmo com o luto.

O Sol vai morrer,

Não sei quando será,

Nem se está perto ou longe,

Mas consigo vislumbrar sua não existência no horizonte,

Depois não vejo mais nada, pois a luz se apagou.

O Sol vai morrer,

Quando toda a desistência tomar conta do meu corpo,

Embora a mente atenta implore pelo oposto,

O Sol vai morrer comigo

E não sei para onde vamos.

EDUARDO NEGS CASTRO
Enviado por EDUARDO NEGS CASTRO em 30/09/2011
Código do texto: T3249348