AMANTE DE TODOS OS AMANTES!
Foi baixo o sol ofuscante e entre dunas de perfeição,
No meio das areias secas do estonteante Ocidente
Que o conheci naquela tarde de Verão sonolenta,
Aquele olhar escuro, penetrante e completamente letal
Me chamou à atenção dum modo totalmente carnal;
Imatura e inexperiente me deixei em vão levar e amarar
A esse deluvío de emoções que quase virou obsessão...
“O mundo me falou que ele não era bom para mim,
Que se não me cuidasse ele viraria um vicío sem fim!
Mas como esquecer aquele escuro feitiço aveludado
E aquele gosto indubitavelmente forte desde o início
Que aos poucos virou o mais ousado dos absintos?...
Suave, viciante, correndo nas veias da inconsciência,
Macio, estonteante, acariciando os meus desvaneios
Num beijo que fomenta e estremece toda insuficiência
No calor do seu gosto, repleto de sensual e viríl sabor,
Me levando da mais simples fantasia a maior obsessão
Entre as linhas desta poesia que se perdem na crua paixão!”
Vos confesso que muitos já conheci e enteiramente saboriei,
Do Norte ao Sul e do Oeste ao Este, nada se compara a Ele,
Amante de todos os amantes, mais pecador do que santo,
Saciando o meu corpo com o seu sabor indubitavelmente franco
Mas ao mesmo tempo incondicionalmente fulminante...
Ah! nada mais que ele quando tudo é Ele nesta nossa relação
Que existe ao longo do dia, no pleno dessa nossa ligação:
Eu sua mais que incondicional amante e Ele meu doce elixir:
Meu mais que sombrío, tocante, audacioso e apaixonante Café...
“Balzaquiana na pele! o café é meu mais fiel companheiro e amante, especialmente o café Ocidental Arábico e Turco!”
Salomé
Balzaquiana: se refere a Honoré de Balzac, um querido e talentoso amigo que adorava mais que tudo: o Café!