" ONTEM ME ENCHARQUEI DE MEL "

Ontem me encharquei de mel,

usei a luz dos pirilampos, enraisei

sentimentos, quis ser passarinho,

exultei com a canção de ninar

e com a insistência dos grilos,

subi em árvores, enterneci-me

com a lua, de pés descalços

pisei a terra, juntei a comoção

de um eterno seio onde se encontra

a fonte da vida. Ninguém se apegou

à malha rota e à sombra desolada.

Hoje estou distante do amargo,

por guardar-me do inexprimível nada,

para iluminar de imenso os portões

dos olhos.Mas não me peçam a chave

do ignoto.Ninguém a tem! Sabemos

apenas de um canto que arrebata

e da sílaba que encerra um verso

e nada mais!

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 02/09/2011
Código do texto: T3196908