Luar
No terreiro, de braços abertos
Mirava minha sombra no chão
E remirava o céu em festa
Com minha sombra na imensidão
Lua, amei tanto sua companhia
Te curto desde menina
Lembra aqueles nossos dias?
No quintal da minha casa
Te olhava com alegria
Lembra aquelas músicas
Quando brincávamos de roda?
Inesquecíveis noites lúdicas
Com cheiro de brancas rosas
Lua bonita, te confidenciei meus segredos
Namorei escondida sob à luz do teu luar
Tua luz branda acalmava os meus medos
E inspirava os enredos do que tínhamos pra falar
Lua bonita com ternura celebrada
Aqui não é comemorada a beleza do teu clarão
Por aqui estais tão só, pois não és lembrada
Ficastes bem guardada nas noites do meu sertão
Lua bonita de olhar doce e belo
Encantavas-me até, pelas fendas da janela
Do meu humilde quarto pequeno e singelo
Onde eu acreditava ser uma cinderela
Kainha Brito