QUIXÓ
Um espojeiro no fim do caminho.
Uma pedra, um quatro com três paus.
Cambão, tabuleta, vareta.
Isca na armadilha da morte.
O crepúsculo como cúmplice.
A fome da noite janta a vida.
O degustar, o quatro desfeito.
A pedra vira assassino e sepultura.
A comida traz a morte.
Na madrugada o bisaco o transporta.
Banho de cinza ou de água quente.
Cabeça, pés e mãos decepados.
O sol, o sal, a exposição.
Sai o cheiro, fica o gosto.
A comida traz a vida.