QUIXÓ

Um espojeiro no fim do caminho.

Uma pedra, um quatro com três paus.

Cambão, tabuleta, vareta.

Isca na armadilha da morte.

O crepúsculo como cúmplice.

A fome da noite janta a vida.

O degustar, o quatro desfeito.

A pedra vira assassino e sepultura.

A comida traz a morte.

Na madrugada o bisaco o transporta.

Banho de cinza ou de água quente.

Cabeça, pés e mãos decepados.

O sol, o sal, a exposição.

Sai o cheiro, fica o gosto.

A comida traz a vida.

Lino Sapo
Enviado por Lino Sapo em 29/08/2011
Reeditado em 07/02/2012
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