" SURREAL "

ESPERAREI O OUTONO

Como se o sol não

nascesse amanhã,

e a noite de hoje

não terminasse,

a chuva nunca molhasse,

como se a pomba

não arrulhasse

e a manhã

não se cobrisse

de névoa,

também

as dores nunca se curassem,

esperarei o outono

em que me veria

em sonho de ser outro,

amanhã dentro de um mundo igual.

Busco alento

se ela me olhasse

e inspirado ficaria.

Um lírio de plástico,

encardido com haste mergulhada

em água salobra

me lembra que se vai deixando

a esperança no hálito

do momento numa

instantânea aurora,

impiedosa e para empre morta.

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 29/08/2011
Reeditado em 29/08/2011
Código do texto: T3188789