Mais que solidão
Eu não tenho estado
Os poemas chegam
Batem e vão embora
Talvez porque não seja
A hora,
Talvez porque eu não seja
Mais imensidão...
Eu não sei mais escrever
Meus sentimentos estão
Confusos,
Meu sentir não se define
E eu talvez não saiba
Mais apreciar como antes
Esses belos poemas
Que estão no mundo
De minhas mentes...
Talvez sejam os remédios...
Mas tenho sentido falta,
Falta da agonia que é poetar,
Escrever uns versos,
Mesmo simples
É uma boa agonia
Depois que tudo foi dito
Sempre se pode melhor
Respirar...
Tudo não, quase nada,
Pois existe sempre uma
Distancia danada
Entre o que o poema é
E aquilo que se passa por ele,
O que conseguimos pegar
Do sentimento que nos
Envolve e não nos deixa mais
Fica ali nos opiando
Nos embriagando
Com toda sua magia
Que é muita, e muitas vezes
Até de mais,
Chega a nos adoecer...
Na verdade é que estou
Abandonado,
Não tenho mais poemas,
E aquilo que eu sentia
Que não imaginava que
Pudesse mais crescer,
Aumentou de mais,
Sofreu uma mutação,
O que havia em mim
Não pode ter mais o mesmo
Nome,
Depois que os poemas se foram,
Não pode mais ser chamado de
Solidão...