Mais que solidão

Eu não tenho estado

Os poemas chegam

Batem e vão embora

Talvez porque não seja

A hora,

Talvez porque eu não seja

Mais imensidão...

Eu não sei mais escrever

Meus sentimentos estão

Confusos,

Meu sentir não se define

E eu talvez não saiba

Mais apreciar como antes

Esses belos poemas

Que estão no mundo

De minhas mentes...

Talvez sejam os remédios...

Mas tenho sentido falta,

Falta da agonia que é poetar,

Escrever uns versos,

Mesmo simples

É uma boa agonia

Depois que tudo foi dito

Sempre se pode melhor

Respirar...

Tudo não, quase nada,

Pois existe sempre uma

Distancia danada

Entre o que o poema é

E aquilo que se passa por ele,

O que conseguimos pegar

Do sentimento que nos

Envolve e não nos deixa mais

Fica ali nos opiando

Nos embriagando

Com toda sua magia

Que é muita, e muitas vezes

Até de mais,

Chega a nos adoecer...

Na verdade é que estou

Abandonado,

Não tenho mais poemas,

E aquilo que eu sentia

Que não imaginava que

Pudesse mais crescer,

Aumentou de mais,

Sofreu uma mutação,

O que havia em mim

Não pode ter mais o mesmo

Nome,

Depois que os poemas se foram,

Não pode mais ser chamado de

Solidão...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 21/08/2011
Reeditado em 21/08/2011
Código do texto: T3174217
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.