Vazio de vazios...
Navegando nos mares
Desconhecidos do existir
Vou silenciando e mudando
E depois de tanto tempo
Eu paro com o rosto já trocado,
Retocado pelo tempo,
Com olhos murchos e esbranquiçados,
Mas ainda sendo portas
Da mesma alma, um pouquinho
Mais ciente, aprendida...
A alma é inolvidável e eterna
Carrega as coisas feitas
E pensadas entre cada nascimento
E morrimento do nosso ser,
Essa alma depois de tanto tempo
Contemplando as estrelas
E as corredeiras, os desertos
E as trilhas, está solitária de ti...
Vou silenciando e mudando,
Navegando por mares do existir,
Esses mares de vastidão imensa
Que não tem fim,
Desertos de pensamentos,
Pensamentos tumultuados
Cheios de questionamentos
E desconfianças,
Desconfianças que não deixam
O espírito parar e descansar
E transforma esses mares
Em tempestuosos maremotos
Que torturam a mente indecisa
De existir com a real situação
De está solitária de ti...
Vou mudando a face
Ao toque do vento,
Mas o coração apenas
Envelhece de trabalhar,
Ele fica lá dentro batendo,
Como se quisesse sair,
Está também esperando
Que essa solidão inexista
E assim ele se complete
Vazio de vazios...