" O PIGARRO "
O homem de chapéu de aba estreita
pigarreou por contrariedade,
pelo sol escaldante, pelo dinheiro curto,
pelo atraso do ônibus lotado.
Não falou palavrão, pigarreou de novo,
e se espremeu na condução
como fazem todos os proletários.
Deixou por imposição
os calos vulneráveis.
Alguém bafou na sua nuca:
aí pensou _"Para que servem os cotovelos?
_Os pigarros são muito sitís nos ônibus lotados."