Na Hora do Aperto
Sei lá
To dando sopapo
Na cara do vento
No tempo de trapo
Ando meio fascista
Tão intolerante
Joguei a estante por cima
Dos costumes de antes
Com jeito de artista
Sem dom nem cacoete
Dei pra ser moralista
E roncar por falsetes
Sei lá
Sei não
Disseram que o tempo castiga quem nunca
Exibe uma opinião
Sei lá
Pois não
Eu mato a vontade antiga de ser o oposto
Da minha razão
Peito à prova de balas
Tão calado que fala
Mais do que a boca doente
Vai-se usado, nem sente
Dou um tiro no espelho
Guardo o meu condomínio
A ninguém me assemelho
A indiferença é um fascínio
Eu to virando gringo
Eu to com os olhos por fora
Eu to me deparando com a morte
O meu norte é ser tudo e agora
Sei lá
Sei não
Disseram que o tempo castiga quem nunca
Exibe uma opinião
Sei lá
Pois não
Eu mato a vontade antiga de ser o oposto
Da minha razão
Na hora do aperto é que a gente apela.
Vai encarar?