Medo!
O sangue está correndo pelo corredor
E escorrendo já se acumula
Aqui
Ali
Tudo onde a mão pode alcançar
Um líquido espesso
Grosso
Derretido de alguém...
Os coturnos tingidos estão imundos
O creme vermelho tá em tudo
Ensopados de dor
Se mistura em tapetes felpudos!
O caldo gosmento
Se esparrama por quase todo saguão
Circula pelo quarto...
Na sala de estar entranha...
Desce as escadas
E inunda o nobre salão...
Os ternos?
Os sobretudos?
Tão sujos!
Podre é o odor puro do ar
Entorpecendo qualquer corpo
Um insuportável fedor!
Em praças...
Escolas
Repartições públicas
Deixando todas as mãos sujas!