" A CANÇÃO DO SOLDADO "
Na batalha quero preservar a vida,
fugir das balas, e a trincheira
não será no fim minha morada.
Arrasto-me na lama, bebo a água da chuva
e chamo o mais próximo
de meu amigo e camarada.
A boca da trincheira é uma cloaca
é nossa proteção e fico na comoção
dos carinhos da esposa tão lembrada.
Só a lembrança dela me fascina,
sua atitude de mulher de porte de gazela,
não me faz covarde, me ilumina.
Quando findar a guerra, voltarei à sua porta
para colher de seus lábios e de seu leito
de esposa, amante, companheira, o fruto
com nossos corpos esfomeados.