Soneto de Sangue em Amor e Ódio.

O ódio, morfinicamente no meu sangue é...

O sangue, grosso carmim de voluptuosa ira.

Meus ossos, que me mantem ironicamente em pé,

Já tremem-se, que até aos ossos o sangue tingira!

Teu rosto, desagradável face que teima em ser

a lembrança mais viva a perturbar as tristes horas...

Ficou gravada em meus pensamentos de mal-querer,

hóspede mental funesto, que não quer ir-se embora!

O amor, que transforma-se em ódio feito água em vinho,

o carmim do sangue que borra os beijos e os carinhos,

derramam-se inteiro de um coração sem vida alguma.

E estas rimas toscas que derramam-se, de uma a uma,

acomodam-me os sentidos do ódio e do amor,

da desgraçada sina de ser sangue, de ser dor.

Lola Viki
Enviado por Lola Viki em 20/07/2011
Reeditado em 03/11/2011
Código do texto: T3108214