Flagelo
Pela vida passo a passo
Em meu silente caminhar
Divido-me em mil pedaços e
Aporto em qualquer lugar
No triste lamento do mundo
No inocente a clamar
No asfalto onde o sangue,
Jorra quente a se espalhar
No desmatamento desvairado
No gueto onde a miséria consome
No coração da alma dilacerado
Na boca do mundo a fome
Nos desvarios e crueldades
Pelo abuso insano do poder
Tredos intentos da temporalidade
Nas entocas da maldade
Insana busca do prazer
Sou a comoção da dor
Nas veias da vida a chorar
Lágrimas da fome e do horror
Que teima em sacrificar
Inocentes em holocaustos
Pelo mundo secular
Na fria face da crueldade
Onde se esconde o terror
Agoniza aflita a humanidade
Soterrada nesse desamor
Kainha Brito