Poema sem peso
De plumas vou compondo este poema
De plumas, de bolhas de espumas
Que é para ele não pesar
Às caricias do vento
Que mais tarde o vem buscar...
Vou colocar aqui também
Um pouco de Tempo
Que é para ele ter paciência
E esperar o querer-bem
Que deve ir entre
Essas coisas que leva,
Que é para ele, com isso,
Tocar no rosto de alguém...
Neste poema não vai segredos
Nem nada que pese por demais,
O que ele leva não pode ter peso,
Essas coisas que a vida nos traz,
Isso tudo vai ficar,
Porque este poema deve ser livre,
Livre como não posso ser,
Em lugar nenhum ele vai ficar,
Porque ele é feito de brumas,
De quimeras que estou a sonhar,
Coisas que se desfazem diante do olhar...
Este poema tem o seu cerne vazio,
Nem palavras ele tem,
É uma coisa que ninguém viu,
Mas que sabem o sabor que tem...