Solitária tristeza
Eu já não sei mais
Quantas vezes
Tive que recomeçar,
Não sei de onde veio
A energia para sonhar
E ver o caminho
E ter a vontade de andar...
Eu não sei mais
Quantas vezes construí,
Sem fundações,
Os Prédios em que vivi,
Os risos que sorri,
Minhas esquecidas canções...
Eu não sei mais
Quantas vezes me deparei
Apagando o caminho,
Os poemas por onde andei,
Não sei mais
Quantas vezes desacreditei...
E eu não sei como
Uma pessoa com minha Idade
Ainda crer em fantasia,
Tenta burlar a realidade,
Diante da Noite, ver o Dia...
Eu também não sei como,
Num coração cansado
De andanças ainda se pode
Encontrar tanta esperança
Que mude a Situação...
E estes olhos que sempre
Vêm com surpresa,
Fazendo-me encontrar
Uma pura beleza
Onde só restou
A solitária Tristeza...