"SOB A ABA DE MEU CHAPÉU "
Sempre estive
sob a aba de meu chapéu.
No fim da tarde,
esperando o sereno da noite,
ainda mantinha meu chapéu de feltro
e esperava o calafrio da estação.
Aguardava um algo mais do vácuo do tempo,
mas nada mudava, só o tempo dos pirilampos
na alternância das estações que trazia
uma interminável certeza,
e eu, sob a aba de meu chapéu,
mirava o céu com meus olhos
vazado de beleza, pensando
nos vazios infinitos.