" O TEMPO DAS CEREJAS "
Não sei amá-la com loucura.
Nas tardes mornas ouço
a fauna dos milagres,
alegre de periquitos em revoada.
Enlevo-me no desejo de amar
em desespero, mas esse amor
ainda não chegou com os pássaros.
Não percebi mas acho que estou
sendo arrebatado. Eu não deveria
ferí-la à luz do dia,
nem amá-la mais do que a uma noite
de estrelas, fico em penúria,
e aguardo o tempo das cerejas
e nossas almas choram.