" OS NÁUFRAGOS "
São os náufragos:
boiam nas rangentes vagas
sem sonho de esperança,
navegam em agonia, exauridis.
Lívida, a sombra-anêmona vaga,
em nado líquido de cavo espanto.
A desesperança tem o rosto
apavorado dos moribundos,
estão opostos ao rosto da alegria.
Cresta-se a procela no rito dos
tormentos.
Encolhe-se a noite em sorte adversa.
Há pontes de mistérios entre o limite
do pânico e o furor aflorado dos umbrais.
Oh ! Roseiral de sombras agonizantes
semeadas em meio do alto mar!.
Cumpre-se um final de encontro
entre os náufragos, a sombra e a procela!