ENTREGA

Estou preso aos meus sentidos,

no pensamento é que me revejo,

e nos sonhos algures perdidos,

está o futuro, que não antevejo.

Das emoções ficam os lampejos,

de alguma coisa aqui a se prever,

e todos os meus anelos e desejos,

ao coração se deixam submeter.

Formulo ideias e dúcteis ideais,

construo mundos e sãs realidades,

embrenho-me nos tempos actuais,

pra que agilize as suas verdades.

De alma ligeira doo-me ao verso,

em palavras que são de alento,

neste mundo assaz controverso,

fugir não deixo, o ágil momento.

Vou por dentro de mim até ao fundo,

percorro caminhos conhecidos,

encontro-me a sós com o mundo,

e entrego-me a seres desconhecidos.

Quero conhecer suas considerações,

descobrir as suas ânsias e desejos,

na esperança que se abram corações,

na liberdade crua dos ensejos.

E no me pensar, pensando nos demais,

uma coerência se faz presente,

de que afinal somos todos iguais,

na afirmação do que é coerente.

E na exaltação de meu pensamento,

busco em cada um o pretexto,

que os leve a ter o inferido tempo,

que faça que não sejam só um contexto.

Jorge Humberto

01/07/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 01/07/2011
Código do texto: T3068850
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