Metades de mim
Metades de mim, vês aqui!
Lados assimétricos, antagônicos,
Metades de mim, veja enfim,
Metades de um ser desarmônico.
Não sou mais eu, não sou nada,
Vísceras mortas, alma abalada,
Metades de mim, aqui estou eu!
Criatura não mais criada.
Pena que voa e ao vento fere,
Som que ressoa em tempo breve,
Alma que canta, branda e entoa:
“Sou ser sem vida, que Deus me leve!”
Metades de mim, vês aqui!
Lados assimétricos, antagônicos,
Metades de mim, veja enfim,
Metades de um ser desarmônico.
Não sou mais eu, não sou nada,
Vísceras mortas, alma abalada,
Metades de mim, aqui estou eu!
Criatura não mais criada.
Pena que voa e ao vento fere,
Som que ressoa em tempo breve,
Alma que canta, branda e entoa:
“Sou ser sem vida, que Deus me leve!”