Rato Maldito

Rato Maldito

Fiz em pedaços a escada por onde subi

para chegar aqui.

Fui deixando cair os pedaços, aqui e ali.

O fardo não ficou mais leve, continua a

pesar .

só mudou o lugar.

Antes eram as costas a arder.

Agora é o coração a doer.

Dor que não dói, corrói.

Rato a se fartar de roer as entranhas do

meu ser.

Entra sem bater.

Chega sem avisar para a porta não se trancar.

Que rato é este?

Tamanha fome nunca se viu.

Vou colocar câmaras e alarmes para avisar

que o rato se prepara para atacar.

Quero deste rato maldito me livrar.

Quando perceber que não dá mais para entrar,

vai procurar outro lugar para a fome saciar.

Ou vai-se esconder onde ninguém o possa achar.

Lita Moniz