" SONS DA FLORESTA "

As árvores ensaiaram pensamentos

de pesadelos de cadeiras de balanço.

Furtivas, funâmbulas, enroscaram-se

umas nas outras temendo o futuro

de suas táboas.

Um céu solene aguardou

a oração do temor das plantas,

nos lábios resinosos das madeiras.

O grilo insistente enfeitou

as flores em tons de borboletas.

A luz difusa entrou pela clarabóia da mata

as cigarras ensaiaram um calvário de arrepios,

as abelhas foram na faina do mel.

Num abismo de distância, ouviu-se a araponga,

enquanto as serras e os machados não chegavam,

um som de bigorna insistente

no coração da mata.

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 21/06/2011
Reeditado em 21/06/2011
Código do texto: T3048232