" SONS DA FLORESTA "
As árvores ensaiaram pensamentos
de pesadelos de cadeiras de balanço.
Furtivas, funâmbulas, enroscaram-se
umas nas outras temendo o futuro
de suas táboas.
Um céu solene aguardou
a oração do temor das plantas,
nos lábios resinosos das madeiras.
O grilo insistente enfeitou
as flores em tons de borboletas.
A luz difusa entrou pela clarabóia da mata
as cigarras ensaiaram um calvário de arrepios,
as abelhas foram na faina do mel.
Num abismo de distância, ouviu-se a araponga,
enquanto as serras e os machados não chegavam,
um som de bigorna insistente
no coração da mata.