No coração do meu coração imortal
Estou num caminho plúmbeo
e já venho sem vontade há muito tempo,
o cansaço sobre meus ombros é imensurável,
queria deitar-me, dormir...
Ouço uma voz desconhecida
como que chuva caindo
a chamar por meu nome
no momento em que fecho os olhos,
me concentro... espero... ninguém?
Bêbado com as pálpebras oceânicas
pesando desertos povoados
de seres renegados
me largo a adormecer...
Uma voz como que água arrebentando a floresta
é ouvida, meu nome,
alguém nesse ermo mundo
no qual estou sucumbido
chama por mim... ou seria outro de mesmo nome...?
A fala se aproxima
derrubando montanhas
e fazendo emergir vulcões tenebrosos por toda parte...
O deserto é imenso...
Nenhuma vontade nova, nada...
Apenas saudade de abraçar,
mas meus braços caíram e se perderam pelo caminho,
Saudade e dizer te amo meu filho,
E ouvir nos teus olhos
meu próprio encontro,
mas um dia me transformaram em distância,
E a morte se estabeleceu em minha boca,
Tua lembrança é a voz e a musica que me anima,
Até que te encontre uma de minhas mãos vendavalizadas,
que a lava metamorfique minha carne,
mas vou proteger como quem morre
o lugar onde te trago,
no coração do meu coração imortal.
Te amo.
Enquanto a chuva não passa,
queto-me aqui ouvir esses anjos
que me acompanham sinfônicos...
Te amo meu Gauss.