No coração do meu coração imortal

Estou num caminho plúmbeo

e já venho sem vontade há muito tempo,

o cansaço sobre meus ombros é imensurável,

queria deitar-me, dormir...

Ouço uma voz desconhecida

como que chuva caindo

a chamar por meu nome

no momento em que fecho os olhos,

me concentro... espero... ninguém?

Bêbado com as pálpebras oceânicas

pesando desertos povoados

de seres renegados

me largo a adormecer...

Uma voz como que água arrebentando a floresta

é ouvida, meu nome,

alguém nesse ermo mundo

no qual estou sucumbido

chama por mim... ou seria outro de mesmo nome...?

A fala se aproxima

derrubando montanhas

e fazendo emergir vulcões tenebrosos por toda parte...

O deserto é imenso...

Nenhuma vontade nova, nada...

Apenas saudade de abraçar,

mas meus braços caíram e se perderam pelo caminho,

Saudade e dizer te amo meu filho,

E ouvir nos teus olhos

meu próprio encontro,

mas um dia me transformaram em distância,

E a morte se estabeleceu em minha boca,

Tua lembrança é a voz e a musica que me anima,

Até que te encontre uma de minhas mãos vendavalizadas,

que a lava metamorfique minha carne,

mas vou proteger como quem morre

o lugar onde te trago,

no coração do meu coração imortal.

Te amo.

Enquanto a chuva não passa,

queto-me aqui ouvir esses anjos

que me acompanham sinfônicos...

Te amo meu Gauss.

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 09/06/2011
Reeditado em 09/06/2011
Código do texto: T3024744
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