O Pêndulo.
Pálido e desgraçado
pendeu, do alto do galho
o apavorante espantalho
com o pescoço quebrado.
Na calma daquela tarde,
deu-se a hora derradeira;
ao pé da velha pedreira
o triste ato covarde.
A vida, posta de lado...
A corda, bem tencionada...
Os olhos, cheios de nada...
Mais um Judas, pendurado!
Assim, a noite aparece;
ninguém sentiu dele falta.
Eis que na árvore alta
o cadáver já perece.
E um corvo, bicho profano,
não respeita funeral,
e noutro posto, afinal,
espreita o pêndulo humano.