Caminhada
Alguns, sem pensar, falam que sou amargo,
outros, sem falar, pensam que sou doce,
não é nada disso é muito mais.
Trago em mim virtudes e patifarias
e penso usá-las em seus momentos certos
(mas nem sempre pode ser assim),
qualidades e defeitos que de mim não dependem.
Não tão apressado que não saiba esperar,
nem tão descansado que não saiba agir.
Já amei e já deixei de amar,
já fui amado e já deixei de sê-lo.
Sonho sonhos impossíveis,
mas impossivelmente vivo a realidade,
e gostaria de poder inverter as ordens das coisas.
O meu relógio biológico nunca se acerta com o que trago no pulso.
E assim vou vivendo, vou esperando, vou agindo, vou sonhando,
procurando algo do qual já me esqueci.
Tenho a força de sete leões, e a preguiça de um elefante,
tenho sono de noites que dormi, e a ânsia de me ter acordado.
E assim, ao léu e ao créu, indo e vindo sem nunca partir nem chegar
vejo que o tempo passou, indiferente a mim,
mas nem me importo mais com isso,
o que não fiz ontem posso fazer agora, ou nunca, tanto faz,
o mundo não sentirá diferença, visto que já são tantas
as diferenças do mundo.
E a poesia que encantava deixou de encantar quando o encanto cessou.
E o que restou?
E quem me tem respostas ou perguntas que me faça?
Aproveitem que hoje eu estou apto a nada responder,
e não há melhor resposta que o silêncio.
E a canção que jaz então em meu peito,
que será um dia cantada, ilustrada, repetida
quando eu não mais puder ouvir?
Eis que se aproxima o dia do total silêncio da minha boca,
é para lá que caminho desde o dia do meu nascimento,
memorável dia, e a cada dia mais me aproximo
do meu ponto de partida que curiosamente é o mesmo da chegada.
Eis então que não são em vão os meus passos,
dessa longa caminhada, mais longa que eu pretendia,
dessa longa caminhada, que une a noite ao dia,
dessa longa caminhada, que talvez não leve a nada.
Alguns, sem pensar, falam que sou amargo,
outros, sem falar, pensam que sou doce,
não é nada disso é muito mais.
Trago em mim virtudes e patifarias
e penso usá-las em seus momentos certos
(mas nem sempre pode ser assim),
qualidades e defeitos que de mim não dependem.
Não tão apressado que não saiba esperar,
nem tão descansado que não saiba agir.
Já amei e já deixei de amar,
já fui amado e já deixei de sê-lo.
Sonho sonhos impossíveis,
mas impossivelmente vivo a realidade,
e gostaria de poder inverter as ordens das coisas.
O meu relógio biológico nunca se acerta com o que trago no pulso.
E assim vou vivendo, vou esperando, vou agindo, vou sonhando,
procurando algo do qual já me esqueci.
Tenho a força de sete leões, e a preguiça de um elefante,
tenho sono de noites que dormi, e a ânsia de me ter acordado.
E assim, ao léu e ao créu, indo e vindo sem nunca partir nem chegar
vejo que o tempo passou, indiferente a mim,
mas nem me importo mais com isso,
o que não fiz ontem posso fazer agora, ou nunca, tanto faz,
o mundo não sentirá diferença, visto que já são tantas
as diferenças do mundo.
E a poesia que encantava deixou de encantar quando o encanto cessou.
E o que restou?
E quem me tem respostas ou perguntas que me faça?
Aproveitem que hoje eu estou apto a nada responder,
e não há melhor resposta que o silêncio.
E a canção que jaz então em meu peito,
que será um dia cantada, ilustrada, repetida
quando eu não mais puder ouvir?
Eis que se aproxima o dia do total silêncio da minha boca,
é para lá que caminho desde o dia do meu nascimento,
memorável dia, e a cada dia mais me aproximo
do meu ponto de partida que curiosamente é o mesmo da chegada.
Eis então que não são em vão os meus passos,
dessa longa caminhada, mais longa que eu pretendia,
dessa longa caminhada, que une a noite ao dia,
dessa longa caminhada, que talvez não leve a nada.