" DOIDO, DOIDO "
Fruta, pitanga da campina,
Sorrisos, dos lábios dela.
Lembram-me o gosto
de fruta da campina.
Doido, doido,
empurro marés às estrelas.
Não durma dentro da flor
o gineceu carmim
ávido de paixão.
Aninha-se a pupa
no fundo da pupila.
Antes, o vermelho do sangue,
a dor, o furta-cor da vida,
a esperança desmedida
ao medo que a nada leva!
Doido, doido,
empurro marés às estrelas.
Perdoa-me se te atiço o peito,
desperto o coração, que dor
mal resolvida !
Como se pode saber
mais que o coração!
Doido, doido,
empurro marés às estrelas.
Jovens! Nos perseguem os passos
que nos levam, a ampulheta vazia
deitem ao chão, comecem a pintar os lábios
e dançar entre as acácias!
Alegrem-se! Tudo lhes será perdoado,
pisem en dança nas acácias caídas,
mas em compaixão e serão escravos
só da vida, hóspedes do melhor lugar,
viajantes da esternidade!
E doidos, doidos,
empurrem marés às estrelas!