O Anjo que eu vejo.
No alto daquele prédio
uma sombra pousa e fica;
visagem bonita e rica
pra mim, que mastigo tédio.
Eu não lhe defino nada;
apenas a silhueta...
Sombra densa, nua e preta
de uma figura alada.
E ali fica, solidão...
Contemplando a cidadela.
Criatura estranha e bela
que me enfeitiça a razão!
Depois, bate asa e some,
funde-se no céu em breu.
E no escuro, fico eu,
imaginando seu nome.
Talvez, não regresse mais
ou repita o ritual...
Sinistro ser divinal,
donde vem, pra onde vais?