" CERTO E PROFUNDO "
Certo e profundo, tive da árvore
folhas em minhas mãos,
fibras a roçar meus dedos.
Não falávamos
mas pareço tocá-la com meus dedos
em momentos de acaso,
nos momentos de frutos,
nos momentos sozinhos,
enquanto sanhava asas.
Ia do nada ao nada
num vôo infantil
do navegar da vida.
Não mais me lembro
dos gestos, da sombra,
lembro-me só de mim,
um canto de mim
em que sonhava a vida,
certo e profundo imaginando asas.