" AS FLORES DO MAL "

Enquanto a pena traça, do rumo os seus contornos,

ouço vozes. De existências anteriores?

Presenças como flores do mal,

que perambulam soluçantes e atormentadas

em meus versos.

Seguem-me sem asa e corpo, sob um véu.

Fazem-se mais presentes ao adentrarem

nos vazios dos sonhos, entristecendo-se

nas vastidões do tempo e antes de partirem

ocultam-se para retornarem à gestação

das sombras para dar forma e sentido

aos meus poemas, pois fazem parte

das quimeras.

Com o tutano de meus ossos,

na ficção de uma dor fingida, crio, transfiguro,

dou-me a conhecer e me escondo

na invenção de um gozo.

Ao abrigo do devaneio nego a inspiração

das caquéticas musas e sigo em frente,

na opção limite de um deleite.

Acorda-me em sobressalto o verso despertado.

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 11/05/2011
Reeditado em 12/05/2011
Código do texto: T2962822