"BACHIANA No. 2- DECASSÍLABOS DE PETRARCA "
Eu me esforço para escrever versos,
mas nem sempre o meu coração
está a fim de versos.
Teço borboletas no papel,
ariscas, as palavras,
nem sempre se prendem no papel.
Eu me esforço para plantar flores,
mas a escuridão da minha inteligência
brota da minha alma.
Eu me esforço para não morrer de amores,
contento-me em vê-los amar
e depois desamar.
Eu me esforço para inventar um outro tempo,
mas sou sempre remetido ao tempo agora,
onde estão as dúvidas que poucos ousam
questionar.