Formigueiro
Meu inseto virou medalha
Pra ver se cavava no peito do vencedor
O gosto do retrocesso.
Invertebrado áporo
Decidiu ir a pé pronto ao vento
Que lhe amputou as asas por conta dessas metamorfoses.
E não é que o bicho virou mito?
Bastou furar o busto do imperador
E apagar a frase conservadora da bandeira!
Bicho de três pares,
Patas, tempo, febre,
Que dão equilíbrio bêbado
A quem apenas está prestes por tombar.
Antenas amputadas
Quando lá: marca na caixa de chumbo!
Ousava avisar que sentia dor
Durava para pendurar, no pescoço do andor.
O discurso que não dá!
Meu insidioso fiel
Resolveu-se insuficiente inculto
Discursando inseticida na parede do incunábulo.
Foi quando deu nesses tempos
Que esse inseto virou todos os bichos
Porque arrancaram a rosa do outro,
Voz que durava tão rouca.
Desprotegido o minúsculo: de rasante sem pulo -
- as asas sem leques!
Desconhecido o inimigo:
Caiu em outras teias.
Debate-se analfabeto como quem ousa gritar:
Um povo sem letra não assina o seu futuro!
E nem alado e antenas,
neste momento entorpece do impróprio veneno.
Pois sabe que delira sem patente
Por desafiar a autoridade sem face.
Formiga?
Drosófila?
Inseto diferente:
- Drummondias Andradis!