Doce pesadelo.
A beleza é desumana,
por ser divina e profana
ao mesmo tempo que é luz...
A natureza traduz
sua obra mais insana
na tua pele porcelana
que à minha idéia seduz.
Terra fértil para o mal;
obscuridade tal,
que da tua alma nasce.
E na tua incomum face
traceja algo venal,
a que o meu pobre ser mortal
sucumbe em débil enlace.
Tudo em ti é diferente,
e o que tua alma sente
é ainda mais distinto...
És um torto labirinto
onde eu, mulher errante,
adentro em busca constante
da explicação pra o que sinto!