Ouro e Prata.
Em meu ébrio imaginário,
Percorri teu corpo esguio...
Fantasiando mil cenários
Pra satisfazer meu cio.
Desci pelos teus cabelos
Até onde os fios morrem...
Negro e liso novelo,
Pescoço e ombros percorrem.
Feito um náufrago ofegante,
Caí no mar do teu colo.
Perigoso, mas garante
O achar de firme solo.
Segurando tua cintura,
Procurando salvação
Eu, imunda criatura,
Em teu sacrossanto chão!
Aí, dissipou-se o sonho,
Que acordada eu sonhava.
E um sentimento medonho,
Aos poucos me dominava...
A lua, sangue no breu,
Atiçou minha loucura
A alma em chamas ardeu...
E eu... Busquei afinal cura!
Vim bater nos teus portões,
Vim despir tua pele nívea.
Trazer minhas tentações
Lábios de pura lascívia.
O teu instinto de homem
Sufocou a alma de puro...
Teus olhos já me consomem
No afã de um semi-escuro.