VISÕES.
Hora morta da noite, breu.
A vela queima silente.
Eu queimo paciente.
A vela não queima como eu!
Ah, o breu... É meu.
No céu, não há lua.
A névoa branca passeia...
Uma aranha tece a teia,
Não há gente na rua.
Não há rua!
Está tudo quieto agora.
Sinto o vácuo e o escuro.
É um gato no muro?
É uma besta lá fora!
Foi embora... Na hora.
Não há vento, não há nada.
Parece deserto?
Oh, está certo!
Eu moro longe da estrada.
Calada! A morte está acordada...
O sono não veio.
O corpo cansou.
Quem eu sou?
Devaneio.
Coração cheio, coração feio.
Obscuridade... Minha mente.
Será loucura?
Não, minha alma não é pura!
Minha alma indigente!
Está quente. O inferno é quente.
Demônio, vá daqui!
Não te devo coisa alguma!
Saia! Suma!
Finjo que não te vi!
Mas vi. Ai de ti.