VISÕES.

Hora morta da noite, breu.

A vela queima silente.

Eu queimo paciente.

A vela não queima como eu!

Ah, o breu... É meu.

No céu, não há lua.

A névoa branca passeia...

Uma aranha tece a teia,

Não há gente na rua.

Não há rua!

Está tudo quieto agora.

Sinto o vácuo e o escuro.

É um gato no muro?

É uma besta lá fora!

Foi embora... Na hora.

Não há vento, não há nada.

Parece deserto?

Oh, está certo!

Eu moro longe da estrada.

Calada! A morte está acordada...

O sono não veio.

O corpo cansou.

Quem eu sou?

Devaneio.

Coração cheio, coração feio.

Obscuridade... Minha mente.

Será loucura?

Não, minha alma não é pura!

Minha alma indigente!

Está quente. O inferno é quente.

Demônio, vá daqui!

Não te devo coisa alguma!

Saia! Suma!

Finjo que não te vi!

Mas vi. Ai de ti.

Lola Viki
Enviado por Lola Viki em 30/04/2011
Reeditado em 13/06/2011
Código do texto: T2941276
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