"PRESENÇA "
Não me lembro de mim, não me vejo,
nem me entendo, faço-me signo.
Desarmado vou seguindo num viver desarticulado
em ardor visceral. Fico presente a viver presentidade
de vero momento. Daí pensando outro pensamento,
chego a um céu só aparente.
No insatante intraduzível em que me faço indiscernível,
na aspereza do revirar da vida,ante a infinitude
escancarada, sinto-me, pressinto-me
e até me encontro à tona da vida, penso
estar a me ver e descobrir, ainda assombrado,
com na alma um calafrio, os pesadelos,
como estar frente a frente de um espelho.