De Meninos, Homens e Lobos.
Um dia, o homem devorou o menino,
E o lobo devorou o homem.
Restaram os sulcos do rosto,
Um mapa vida à dentro...
E vida a fora.
Quando o menino sucumbiu às garras,
Tão mortais e irresistíveis,
Da maturidade humana...
Foi-se o riso e fim.
E tantas coisas...
Depois, o homem se fez tempo...
E o tempo, trouxe o lobo.
E o lobo engoliu ambos.
Algo ficara pra trás.
Mas, o quê?
As lembranças também devoram,
E devoraram o velho lobo.
Faltara-lhe um amor!
Então, faltara-lhe
A vida.
Mas, ah! Antes houvesse um amor...
O menino seria homem,
Sem morrer. E o lobo,
Viveria neles,
Domado.
Porque uma vida sem amor, sempre morre.
Os ciclos acabam as paixões...
Meninos, homens e lobos
Confunde-se na dança
De serem almas.