Transmutação
Fujo de mim todo tempo que posso
Insisto...
Consigo!
Não consigo...
Consigo?
Comigo...
Desejo ser eu o não dito
Grito:
Caramba!
Duvido...
De que duvido?
Tento livrar-me do meu gosto... Do meu espírito!
Bom gosto?
Amigo?
Inimigo?
Num cantinho d’um bar
Escondidinho...
De mim desconfio!
Os bolsos reviro...
E me vejo comprimido
Não resisto...
Ingiro-me!
Fugir de mim faz sentido
Olhar no espelho?
É como sombra...
É indolor...
Não se vê risco!
A ausência de mim mesmo
Não consigo paralisar comigo
Brigo...
Reviro-me todo
Desisto-me!