Transmutação

Fujo de mim todo tempo que posso

Insisto...

Consigo!

Não consigo...

Consigo?

Comigo...

Desejo ser eu o não dito

Grito:

Caramba!

Duvido...

De que duvido?

Tento livrar-me do meu gosto... Do meu espírito!

Bom gosto?

Amigo?

Inimigo?

Num cantinho d’um bar

Escondidinho...

De mim desconfio!

Os bolsos reviro...

E me vejo comprimido

Não resisto...

Ingiro-me!

Fugir de mim faz sentido

Olhar no espelho?

É como sombra...

É indolor...

Não se vê risco!

A ausência de mim mesmo

Não consigo paralisar comigo

Brigo...

Reviro-me todo

Desisto-me!

GuimarãesCampos
Enviado por GuimarãesCampos em 22/04/2011
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