Caminhar é...
Pelos caminhos de sua mente
Madrid viu embaçados cavalheiros
Cintilarem na poeira
Cavalgando por areia ensolarada
Vinham não se sabe quantos nem de onde
Uma tela de Dali pareciam
Ionescamente...
Ao longe monstrengos!
Vindos aos montes...
Saídos de qualquer fim do mundo!
Imundos de vontade aventureira
Sujos...
Inventores de castelos de poeira!
Em frente!
Adelante!
Madrid crê...
O mau-cheiro os tornam real
São eles cavalheiros andantes!
Quixotescamente passam...
Passam...
Vão passando...
Vão sumindo na lama-seca do caminho
Um derradeiro...
Não o mais nobre dos cavalheiros...
Empedernido...
Enxovalhado...
Fétido!
Vesgo por Madrid passa
Sem tocá-la
Sem olho-no-olho
Vai...
Vai passando...
Passa...
Vai passando...
Fosse ela nada!
Em frente!
Adelante!
A poeira os transforma em estrela
Um só...
Destino
Martírio
Um desejo único!
Caminhar...
A caça d’outra metade de seu coração!
Solitário!
Sonhador!
Revolucionário por vocação...
Madrid empoeirada está dos cavalheiros
Suja vai ficando afastada...
Longe...
Pequenininha aos olhos da estrela
Sumiu!
Desapareceu da mente
Pra algum lugar...
Não se sabe pra onde!
Madrid colocou seu coração nas nuvens
Esvaziou-o da razão...
Em frente!
Adelante!
Caminhar é...