Caminhar é...

Pelos caminhos de sua mente

Madrid viu embaçados cavalheiros

Cintilarem na poeira

Cavalgando por areia ensolarada

Vinham não se sabe quantos nem de onde

Uma tela de Dali pareciam

Ionescamente...

Ao longe monstrengos!

Vindos aos montes...

Saídos de qualquer fim do mundo!

Imundos de vontade aventureira

Sujos...

Inventores de castelos de poeira!

Em frente!

Adelante!

Madrid crê...

O mau-cheiro os tornam real

São eles cavalheiros andantes!

Quixotescamente passam...

Passam...

Vão passando...

Vão sumindo na lama-seca do caminho

Um derradeiro...

Não o mais nobre dos cavalheiros...

Empedernido...

Enxovalhado...

Fétido!

Vesgo por Madrid passa

Sem tocá-la

Sem olho-no-olho

Vai...

Vai passando...

Passa...

Vai passando...

Fosse ela nada!

Em frente!

Adelante!

A poeira os transforma em estrela

Um só...

Destino

Martírio

Um desejo único!

Caminhar...

A caça d’outra metade de seu coração!

Solitário!

Sonhador!

Revolucionário por vocação...

Madrid empoeirada está dos cavalheiros

Suja vai ficando afastada...

Longe...

Pequenininha aos olhos da estrela

Sumiu!

Desapareceu da mente

Pra algum lugar...

Não se sabe pra onde!

Madrid colocou seu coração nas nuvens

Esvaziou-o da razão...

Em frente!

Adelante!

Caminhar é...

GuimarãesCampos
Enviado por GuimarãesCampos em 21/04/2011
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