Segredo.
À meia luz, confessou.
Ninguém ouviu o que disse...
Uma pérfida tolice,
De eu para mim... Que sou?
Monólogos enfadonhos...
São estes que teimo e crio.
Mistureba vil de sonhos
amarelos meios-fios...
Procuro a métrica certa...
E ricas procuro as rimas.
Às teclas que o dedo aperta,
aos dedos que a alma anima.
Até agora, perfeito.
Um blá blá blá sem enredo.
Mas, vou contar, do meu jeito,
abominável segredo!
Procura bem paciente...
Nas palavras desta linha.
Enxergarás, de repente,
uma verdade daninha...
É louco todo o poeta;
já ninguém duvidaria...
Mas, é assertiva correta,
ser louca toda a poesia?
Mas há uma prerrogativa ...
Eu vou contar... É segredo.
Os meus poemas tem vida,
e, juro, lhes tenho medo.