" RIO EM CHAMA "

Oculta na teia da estrofe,

a palavra-abelha adeja a flor

do poema e revela ao cerzir o enígma

a amplidão lúdica,

consome a tristeza, a solidão

para nos libertar da dor.

O coito oculto da palavra no poema

revela-se na fatia ôca

da métrica fútil, da rima tola

perdendo-se no que esqueceu

de seu escopo.

Milagre desse leito aquático,

depois de urdido o poema,

algo perdura e fica

como um rio navegado.

Se se usa o verbo amar,

fica-se em estado de graça

no exato instante

da criação de um rio em chama.

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 14/04/2011
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