Silêncio prisioneiro
Um silêncio sem demarcação
Que faz de mim prisioneira
No compasso preso a razão
Foco-me somente na voz que ouço
Sinônimo de uma reação
São sinais da febre que ardeu
No momento fugaz que se estendeu
Consolo meu coração, ainda calado
Na ânsia de querer descrever
O que ainda me sufoca sem permissão
Jorra um desdobramento
Em sucessivos pensamentos...
Na busca do remédio a acalmar
Um nó que parece se proliferar
Na ausência farta e nua
Não quero a presença tua
Embebedo-me com o mesmo ar
Inspiro o mesmo perfume, a me incomodar
Aguardo o momento oportuno
Para gritar aos quatro ventos
O que não quero nem permito
Que faça de mim mesma prisioneira
Asfixiando o meu próprio grito.