"ALMA LAVADA"

Lavei a minha alma na enxurrada,

num rio corrente que chorei

sem voz de explicá-la.

Com olhos serrados de quem pensa,

fiz um convite às lembranças.

Não sei a diferença entre morrer e viver,

só lavei num cântaro sonoro

a minha alma, pela esperança que se perdeu

e pela ventura que foi sonhada,

da intrigante lembrança

do que fui ontem. Que punhais são estes

que fincaram como lâminas, pegadas

das minhas penas? Meu destino é presa

e meus remorsos jardins de palavras.

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 11/04/2011
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