Fenrir.
Por onde, ó nobre Lobo, andarás por esta hora?
Espreitando caça à toa, desviando armadilhas?
Será que lembras o dia em que a Noite foi-se embora,
deixando estrelas sem brilho nos derredores da ilha?
Já não há de ser o mesmo que uivava pr'aquelas luas...
E a Noite também é outra, mais densa e mais sombria;
tece muitas madrugadas, cheias de lembranças tuas...
apagando-se, confusa, a cada raiar de dia.
O destino, malgrado à sorte, separou almas amantes.
Criaturas, solitárias, que já não são como antes...
Seres mágicos e vivos, morrendo por existir...
Já não sou frondosa e bela, estrelada e encantadora...
E tu, já não és a fera temida e devassadora...
A moça, chamada Noite, o lobo, dito Fenrir.